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Já ouviu falar na bolha do Japão?

20 de setembro de 2021

Já ouviu falar na bolha do Japão?

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Esse evento aconteceu no final da década de 80, quando o otimismo exagerado levou o preço das ações e dos imóveis para valores inimagináveis!!

Você já imaginou ver um palácio custando mais do que toda a França? Pois é, isso aconteceu! Em nosso newsletter de hoje, abordaremos sobre esse evento que, mesmo após décadas, ainda não se recuperou.

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"A bolha nos mercados não crescem com ar rarefeito. Elas têm uma base sólida na verdade, mas a realidade é distorcida por um equívoco.”
George Soros

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Como tudo começou?

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Para começarmos, de forma sucinta, primeiro precisamos voltar ao período em que o mundo se encontrava em um dos maiores conflitos que já presenciamos, a segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).

Neste contexto, a terra do sol nascente se alinhou ao Eixo, grupo formado pelo Japão, Alemanha e Itália para combater os países que se enquadravam como os Aliados, Estados Unidos, Reino Unido e a antiga União Soviética.

Ao decorrer da guerra, muitos países participantes do conflito sofreram com os danos causados pelo confronto militar. Um dos eventos mais importantes que, segundo muitos historiadores, resultou no fim do conflito, foram os bombardeamentos atômicos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki feitos pelos Estados Unidos.

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De fato, isso levou os japoneses a enfrentarem diversos obstáculos, refletindo em problemas domésticos em seu país por vários anos. Porém, após as reformas políticas e econômicas instaladas no território japonês no pós-segunda guerra, vemos que os avanços alcançados pelo Japão levaram a nação a atingir níveis grandiosos.

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Com isso, a economia japonesa, ainda que estivesse sofrendo pelos danos causados pela guerra, começou a se reconstruir e alcançar um posicionamento de grande player no Sistema Internacional.

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Nesse período, as gigantes do automobilismo que conhecemos hoje, Toyota, Nissan, Honda e Mitsubishi, começaram a dar seus primeiros passos rumo ao “domínio” do mercado global de carros. Porém, não somente as automotivas obtiveram sucesso, as inovadoras Hitachi e Sony também seguiram trilhando caminhos parecidos pelo ocidente.

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Com toda essa revira volta das companhias locais, o Japão passou a ser a segunda maior economia do planeta, ficando atrás do EUA, e Tokyo se tornou a capital da prosperidade.

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O sucesso nos negócios trouxeram muita riqueza aos cidadãos, que passaram a consumir mais e comprar ativos financeiros e imóveis.

Ao misturar a melhora econômica, “dinheiro abundante” e a sensação de que tudo iria durar para sempre, os preços começaram a disparar de uma maneira inédita. Com isso, os preços dos imóveis chegaram a subir mais de 5.000%, em 6 anos (de 1980 até 1986).

Para vocês terem uma ideia, durante esse período, o palácio imperial chegou a valer mais do que toda a França (isso mesmo, o país França 😯).

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Mas a festa não parou apenas no setor imobiliário, as ações das empresas japonesas também cresceram além dos fundamentos, superando o avanço dos lucros em mais de 3x.

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Como diz o ditado “tudo que está caro, pode ficar ainda mais caro”, no início de 1990, meses antes da bolha explodir, o preço do mercado japonês de real estate superou em 4x todo a indústria de imóveis americana.

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"Árvores não crescem até o céu. Poucas coisas vão a zero.”

Howard Marks

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O fim

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Após o pico do Nikkei, índice das empresas japonesas, em 38.6 mil pontos, o mercado percebeu que estavam pagando valores irreais e começaram a vender, fazendo com o que o índice caísse para 15 mil pontos em 2 anos. Porém, não somente o mercado acionário foi impactado, os imóveis também se desvalorizaram.

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Os imóveis do distrito mais badalado de Tokyo, o Ginza, passaram a ser negociados por menos de 1% dos preços da época de bolha.

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O movimento de euforia foi tão intenso que, até hoje, os valores não conseguiram superar, ou mesmo se igualar, ao seu pico.

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O que aprendemos com isso?

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Primeira lição: Nunca subestime a euforia do mercado, o que está caro pode ficar MUITO mais caro.

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Segunda lição: Olhe para o que realmente importa! Saia do homebroker e foque nos fundamentos. Os investidores que possuem noção do valor intrínseco de uma empresa conseguem aproveitar uma parte do movimento e vender assim que os preços se tornam irreais. Inclusive, nós na Condor, somos adeptos a isso. Só fazemos uma nova recomendação quando enxergamos margem de segurança entre o preço de tela e o valor intrínseco da companhia.

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Terceira lição: As bolhas são difíceis de serem percebidas, principalmente quando você se deixa dominar pelos vieses comportamentais.

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Uma boa narrativa pode acabar te confundindo e fazendo você acreditar que tudo irá dar certo. Lembre-se, se você escutar muitas pessoas dizendo: “dessa vez é diferente”, abra os olhos.
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Com isso, terminamos nosso newsletter de hoje e desejamos a todos um excelente final de semana.

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